O governo federal prepara um plano de ciência e tecnologia
para a região amazônica. Previsto para ser lançado em setembro, a medida
foi anunciada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI),
Marco Antonio Raupp, durante a 65° Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
“A proposta é um plano de desenvolvimento
sustentável da região amazônica com a utilização de seus recursos
naturais. [O plano é construído] com a participação de instituições de
ciência e tecnologia da região, governos estaduais e federal”, descreveu
Raupp.
Segundo o presidente do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos
(CGEE), órgão ligado ao MCTI e responsável pela coordenação do plano,
Mariano Laplane, a proposta foi elaborada de forma colaborativa, com
estrito enfoque nas necessidades locais. “O plano é arrojado, e parte de
uma pergunta básica: como é que ciência, tecnologia e a inovação devem
se estruturar, orientar seus esforços para promover o desenvolvimento da
região amazônica?”.
A iniciativa é baseada em três eixos: perfis de pesquisadores
mais adequados para o trabalho na região, infraestrutura de
laboratórios e ambientes de inovação. “Procuramos respostas em três
questões fundamentais, como a necessidade de recursos humanos, qual a
quantidade e o perfil que a ciência brasileira deve mobilizar na região.
Quais as áreas de conhecimento devemos concentrar nossos esforços para
alavancar o desenvolvimento sustentável e quais são os recursos
laboratoriais, a infraesturura, que junto com o esforço humano vai
conseguir fazer com que o conhecimento avance”, aponta Laplane.
O
presidente do CGEE explica que o ministério ainda está definindo os
recursos que serão aplicados e quantos pesquisadores serão contratados
para implementação da iniciativa. Outro plano voltado para a Região
Nordeste já começou a ser construído, com a mesma filosofia adotada para
a região amazônica, mas ainda não tem previsão para ser lançado.
“A
região [amazônica] tem uma vocação muito forte com sua biodiversidade. O
que falta é um instrumento de desenvolvimento pensando na
sustentabilidade. Temos que fugir do pensamento que é preciso destruir a
natureza para conseguir riqueza e o contrário também não é verdadeiro.
Não é suficiente gerar conhecimento, ele deve chegar à sociedade, à
população, às empresas para se transformar em riqueza, gerar bem-estar”,
concluiu Lapane.
Em outro anúncio, o ministro Marco Antonio Raupp
divulgou a aquisição do navio de pesquisas hidroceanográficas para
ampliar a presença da ciência nacional no Atlântico Sul e Tropical. A
embarcação faz parte do projeto do Instituto Nacional de Pesquisas
Oceanográficas e Hidroviárias (Inpoh), que prevê uma série de ações em
áreas como a conservação da biodiversidade marinha, a melhoria de
processos associados à pesca, proteção e adaptação de zonas costeiras
para as mudanças climáticas, realização de estudos sobre vias fluviais,
hidráulica fluvial e portuária, além de formação de recursos humanos
para o setor.
De acordo com o ministério, a compra, no valor de R$
162 milhões, é resultado de um acordo de cooperação entre a pasta, a
Marinha, Petrobras e a empresa Vale. O navio terá capacidade para 146
tripulantes, dos quais 60 pesquisadores, e contribuirá para o avanço de
pesquisas nas áreas de química, geologia, biologia e de física marinha.
Fonte:http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2013/07/25/regiao-amazonica-tera-plano-de-ciencia-e-tecnologia-diz-raupp/
Postado por : Euclides Avila _ Coordenador de Comunicação.
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